Dia 8
Chegamos a Veneza de trem. Meu queixo começou a cair ali mesmo. Foi amor à primeira vista! Estava tão extasiada com aquela vista tão inusitada que no primeiro momento nem percebi o caos que fica em frente à estação principal. São centenas de turistas com o mapa na mão tentando localizar seu hotel e saber que linha de barco pegar. Isso mesmo, são várias linhas, tipo ônibus mesmo, e você tem que saber o bairro onde ficará para descobrir a embarcação correta e o ponto onde deve saltar.
Compramos o mapa na banca de jornais e ficamos alguns minutos tentando encontrar o nosso. O problema é que na reserva não havia nem o nome do bairro nem o telefone do lugar. Decidimos pegar o Vaporetto, que é o barco-ônibus principal, que passa pelos distritos, e saltamos na estação Academia (como o nome da rua era Academia, achamos que podia ser ali). Mal sabíamos que nossa jornada estava apenas começando e se prolongaria por algumas horas.
Assim que saltamos (detalhe importante: com duas malas enooormes de 23kg), começamos a percorrer as ruas minúsculas, passando por pontes e calçamento irregular. Pra falar a verdade, eu nem sentia raiva, pois estar ali pra mim era a realização de um sonho.
A grande “roubada” da viagem
Depois de mais de uma hora rodando, finalmente encontramos o endereço, com a ajuda da recepcionista de um hotel. Quando chegamos em frente ao número, o susto; parecia um prédio abandonado. Não tinha nome, nem portaria, nada! Ficamos alguns minutos pensando no que fazer, até que o Alexandre resolveu tocar num apartamento qualquer. Uma das hóspedes disse, em inglês, que a recepção ficava a 40 minutos de barco dali e que a gente tinha que ir até lá para pegar a chave com um código. Eu só não sentei e chorei porque estava em Veneza.
Imediatamente fui até o fim da rua, onde tinha um hotel, e, para nossa sorte, a recepcionista era brasileira! Lívia nos salvou! Perdi o dinheiro pago ao decolar.com e reservamos um quarto por duas noites. Fica a dica, caro leitor. Nunca tivemos problema reservando hospedagem com o booking, e na nossa primeira experiência com o decolar.com deu nisso.
Àquela altura já estava escurecendo, pois às 16:30 já era noite, por causa do inverno. Deixamos as malas (ufa!) e fomos jantar (ou talvez almoçar, sei lá), na beira do canal.
A comida não era das melhores, mas a vista compensava.
Ah, lembra da chuva, que nos perseguia? Pois é, ela chegou. Mesmo assim exploramos a cidade quase toda.
Fomos na Praça São Marco, a única da cidade, onde fica a Basílica, andamos pelas vielas e voltamos para o hotel, afinal queria acordar cedo para ver todas aquelas maravilhas à luz do dia.
Passeando de gôndola like a virgin...
Dia 9
Às oito e meia da manhã já estávamos de pé (pra gente isso é supercedo rs). A chuva insistia em cair...mesmo assim, decidimos andar logo de gôndola. Este era meu principal objetivo na cidade, pois, como fã fervorosa da Madonna, assisti milhares de vezes o videoclipe de “Like a Virgin”, filmado numa dessas embarcações de Veneza.
A boa notícia é que praticamente todas as gôndolas estavam à nossa disposição, o que não acontece na alta temporada, em julho, quando turistas saem no tapa para conseguir uma vaga. Nosso passeio foi delicioso (e caro, mas nem adianta pesquisar, o preço é “tabelado” – 80 euros).
A cidade estava vazia e silenciosa. Namorar passeando pelos cenários incríveis de Veneza é muito romântico! Tem umas esculturas cafonas na gôndola? Tem, mas faz parte do romantismo...rs
Como só tinha a gente na gôndola, o gondoleiro resolveu puxar assunto. Disse que no verão são 20 milhões de pessoas na cidade. O passeio durou quarenta minutos e valeu cada centavo pago. Queria congelar este momento...ainda bem que a fotografia tem esse poder!
Seguimos andando pela cidade debaixo de chuva, e assim foi até o fim do dia.
Bares, restaurantes e ruas são preparadas para enchentes. Logo aparecem passarelas improvisadas e comerciantes vendendo "botas de plástico" bem chamativas para os turistas continuarem seu passeio apesar da chuva.
Apesar de tanta água, deu pra conhecer cada cantinho de Veneza.
A nota? 10, nota 10! Ah, isso sem levar em conta a total antipatia dos italianos. Nem os comerciantes, que vivem do turismo, fazem questão de ser simpáticos...
Alugamos um carro no aeroporto da cidade e seguimos viagem para o norte da Itália. Aguardem o próximo post, com dicas e histórias de Milão, Verona e Turim.